História da Família Formentini Página Principal
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Para melhor compreender a longa história da família Formentini, temos que transferir o conteúdo do estudo realizado recentemente pelo Dr. Alessio Stasi. Os formentini são descendentes da poderosa casa feudal dos Platoni, originários da Val di Taro em Emilia Romana (Itàlia). Plato, filho de Macinio conde da Ungria, provavelmente um general do exercito e político, chamado na Itália por parte de Berengario II, que foi também o antenado nobre dos Platoni, que deu o nome ao castelo de Platono. De Plato se conservou o testamento datado 1022, com o qual instituiu os herdeiros do seu vasto patrimônio aos numerosos filhos. Um dos quais, de nome Porcario, recebeu imensa area de terras em Milão (Itália) e deu origem a família Porcari, que sucessivamente se aleou ao partido dos Torrioni, na época nobres senhores de Milão

Brasão de Leonardo formentini (1570)
Grande Mestre da Ordem Teutônica

Então que a família Torrioni perdeu a supremacia na luta contra a família Visconti, Formentino Porcario de Alzate, seguiu Raimondo das Torres em Friuli na região do Veneto, norte da Itália, aonde o mesmo em 1275 foi proclamado patriarca de Aquiléia. Em 1299, com a morte do patriarca Raimondo, Formentino foi enviado a comandar as tropas de Cremona na Itàlia que acompanhavam a posse do novo patriarca Pietro Gera. O figlio de Formentino, Simone, foi o ultimo a ser chamado com sobrenome Porcari, assumindo o nome do pai como sobrenome. Ele residiu na maravilhosa cidade de Cividale, onde tinha construído um enorme palácio ao lado da entrada principal na cidade, dita Porta Brossana, ainda hoje reconhecível por uma série de elegantes janelas romanas. Os filhos de Simone, Giovanni, Nicolò e Leonardo, obtiveram imensas áreas de terras feudais no Vale de Natisone, mantendo ricos intercâmbios culturais e comerciais com a cidade vizinha de Carniola.
Brasão de Gaspare Formentini, Ilustre de Tolmino (1601)
Em 1357 o Imperador Carlo IV, com proposta do próprio irmão Nicolò, então patriarca de Aquileia, confirmou aos irmãos Formentini o titulo de nobilidade designando-os nobres do Sagrado Império Romano. O diploma, assinado a Melnick em 1357, è atè hoje conservado no arquivo da família Formentini. E' nesse período que aparece o novo brasão dos Formentini: a antiga arma falante dos Porcari, incorporados três javalis selvagens um sobreposto aos outros, de cor prata, o primeiro e ultimo com uma faixa de prata e o do meio com uma faixa vermelha sobre prata. A tradição queria que os três javalis representassem os três irmãos Porcari aos quais foi confirmada a nobreza, ligada ao novo sobrenome Formentini, no campo de prata com faixa vermelha se representa as cores do patriarcado de Aquileia e da cidade de Cividale. Os Formentini em Friuli(Itàlia) se dividiram em numerosos ramos.
De Leonardo descenderam diversas ramificações que ficaram a maioria na cidade de Cividale,ao invés Nicolòadquiriu o Castelo feudal de Cusano na região de Pordenone, que concedeu à sua família o privilégio de fazer parte da nobreza do parlamento de Friuli.
No período de 1300 a família Formentini começou a fazer parte do consórcio nobre do Castelo de Tolmino, residência de verão dos patriarcas que hospedaram Dante Alighieri. No período de 1400 Adamo(Adão), sobrinho de Nicolò(Nicolau) com ato oficial imperial, è lembrado como personagem culta e refinado, riquíssimo mas excessivamente pródigo(gastava o próprio dinheiro com excessiva generosidade. A sua mulher Giacoma dos condes de Porcia era sobrinha do Duque Azzo d'Este. Dos dois de seus filhos deu-se origem diversos ramos da família. Girolamo difundiu a sua família em Cividale, aonde viveu Paliotto (1603-1656), homem político e de cultura que acumulou diversos códigos medievais. Lodovico Giuseppe (1655-1719), político aos serviços da República de San Marco, reobteve em 1718 o titulo de conde, derivado da família Platoni e extenso a todos os ramos da família. A linha primogênita de Cividale, que tinha grandes e notáveis personagens de relevo político, se extinguiu em Aiello (Friuli) no fim de 1800. A segunda linha dessa geração se transferiu em 1700 de Tolmino a Graz, aonde se extinguiu no início de 1900. Do outro filho de Adamo(Adao), Felice, descenderam outros dois ramos da família: dos seus filhos de sobrenome Vinciguerra fundou o ramo que em 1634 recebeu a herança dos barões de Dornberg o Castello de San Floriano em Collio Goriziano , ao mesmo tempo que Felize fundou o ramo em Gorizia. Ao ramo de San Floriano faziam parte diversas personagens políticas e do exército, alguns mortos nas guerras contra os turcos, e alguns eclesiásticos. Se extinguiu no fim de 1700. O ramo derivado por Felice, o único atualmente em vida, se estabeleceu na metade de 1500 na Conteade Gorizia. Os sobrinhos de Felice, Leonardo e Francesco, foram recebidos na Ordem Teutonica.Leonardo (1535 cerca 1596) soube conciliar dotes espirituais e praticas, como homem de ampla e refinada cultura humanística, esotérica e marcada na idade adolescente da experiência da reforma luterana, mas também como homem do exercito construtor de edifícios sagrados e civis para a Ordem Teutonica, a qual era cavaleiro em Lubiana.Os seus sobrinhos Gaspare e Carlo, este ultimo comandante das milícias gorizianas na guerra contra os venezianos, incrementou notavelmente o patrimônio familiar, comprando os feudos de Biglia e Vosizza em Gorizia(região Friuli na Itália).
Brasão de Leonardo Formentini
Em 1623 o Imperador Ferdinando II concedeu aos filhos de Carlo o título de barões do Sagrado Imperio Romano com a promoção de Tolmino e Biglia. No final de 1600 os irmaos de Lodovico e Ferdinando, o primeiro n a vida política como enviado pela corte de Viena e o segundo como sacerdote, demonstraram rara sensibilidade e justiça na administração de negócios ligados aos choques entre as classes burguesas e populares e os enriquecidos nas ultimas promoções sociais. O filho de Lodovico, Francesco Ignazio (1698-1779), foi general da armada imperial e casou com a condessa Marianna Scotti di Piacenza. O seu filho Paolo Emilio (1737-1803) casou com a baronesa Lodovica Rassauer, herdeira de uma antiga família goriziana. Em 1774, na extinção do ramo Formentini de Cusano, tomaram possesso do antigo Castelo e foram registrados no Áureo Livro dos Proprietários da Republica de Veneza com o título de conde de Cusano. Com o filho de Paolo Emilio, Francesco Ignazio (1780-1849), casado com Gioseffa Grayer, o ramo de Gorizia atravessa um momento de declínio.

Parte da descendência permaneceu na regiao de Pordenone, aonde o Castelo de Cusano tinha-se quase em ruínas, então que o primogênito Michele (1805-1841), com a graça de alguns parentes generosos, recuperou o possesso de alguns bens de Gorizia, juntamente o Castelo de San Floriano herdado do ramo jà extinto que o havia tido em propriedade por dois séculos. Juiz e advogado, faleceu prematuramente, deixando o patrimônio ao filho Giuseppe Floriano (1832-1894) Histórico, escritor e político, Giuseppe Floriano restaurou o Castelo de San Floriano e construiu uma suntuosa mansão em Gorizia. Em 1857 obteve do Imperador Francesco Giuseppe confirmação do título de conde Vêneto, ligado em 1881 com o título de Musmezzi. Do casamento com Ernestina da família dos condes Claricini-Dornpacher teve quatorze filhos, dos quais quatro oficiais do exército austro-ungaro. O primogênito Paolo Emilio (1871-1914), que se estabeleceu a Graz, cai na primeira guerra mundial junto ao irmão Adamo (1888-1914) Lorenzo (1880-1934) fundou a Innsbruck um ramo recentemente extinto, ao invés Gino (1878-1947), ele também oficial, se dedicou junto com a irmã Cecília ( 1892-1978), casada com Nipoti, ao restabelecimento da família duramente danegiada pelas guerras. A família foi propagada por Egone (1881-1943), que em 1941 obteve com os irmãos permanecidos em Gorizia, no meio tempo englobado no Reino da Itàlia, a confirmação do título de conde. Atualmente a família é proprietária do Castelo de San Floriano, a prestigiosa casa palaciana de Saciletto de Ruda, o palácio “millesetecentesco” de Rigolato em Carnia e o grande complexo do Museu da Civilização de Agricultores do Friuli Imperial em Aiello(Friuli), criado e dirigido por Michele Formentini.

O texto que segue nos oferece informações bem importantes sobre a viagem de Angelo e Angela Formentini para o Brasil. O texto comprova também que a menina Catarina Formentini faleceu na viagem e seu corpo foi 'sepultado' no mar. Este fato nós já assistimos vendo, por exemplo, a novela Terra Nostra. A partir deste texto devemos descobrir agora a trajetória que fez nosso casal de imigrantes até chegar a Linha Noventa, Coronel Pilar RS. O desafio está lançado para todos os membros de nossa família. Coragem, juntos vamos construindo nossa bela história.


Ato de Morte
O Engarregado
Assinado : G. BREYER
No ano 1878, no dia 18 do mês de janeiro, eu subscrito Giuseppe Masciocchi, secretário oficial da Prefeitura de Bariano, recebi hoje uma carta com data de 15 do corrente mês de fevereiro, n° 278, no protocolo junto ao qual encontrei uma cópia do Ato de Morte de Catterina FORMENTINI.
No ano de mil oitocentos e setenta e sete, Ano do Senhor de 1877 , no dia 15 do mês de março, a bordo do BRICH Barca denominado RAMÓ, inscrito no compartimento maritimo de Genova. Partiu de Genova em 31 de janeiro do mesmo ano (1877) com direção a paranaguá (Brasil), um comboio de passageiros colonos, e achando-se na altura latitudinal 1°24min. Norte e longitude 24° 06min. a Oeste.
Nós, Capitão Filippo Drago, Mario Antonio Ramó e Luigi Canale, do dito comboio, notificamos a morte da menina Catterina FORMENTINI , filha de Angelo e Angela de Bariano , Província de Bérgamo. Juntos nos reunimos em torno do corpo e obdervamos que apresentava sinais de morte evidente. Em fé de que, nós Capitão Filippo Drago e o segundo Mario Antonio Ramó e Luigi Canale, assistente, escrevemos o presente ato em presença dos seguintes testemunhas, dadas e obtidas as qualidades requeridas pela lei depois de ter lido o presente Ato.
Assina : Mario Antonio Ramó

Assina : Luigi Canale, assistente.
Por conforme o original existente anotei no meu diário naútico.
Montevidéo, 15/06/1877
Assinado – Filippo Drago.
Visto, Montevidéo, dia 2/07/1877
H.R. Vice Consul= oficial delegado do serviço civil.
Assinado: F. BRUNIZ, Ministro das Relações Exteriores
Visto para legalização de assinaturas, Roma no dia 15/12/1877
O engarregado. Assinado: G. BREYER
Foi completada a transcrição com o meu visto, a qual foi inserida uma cópia no volume dos anexos a esse registro.
D. Giuseppe.